quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Região nordeste e a sua literatura

No Brasil a Literatura de Cordel teve seu destaque na região Nordeste entre os anos 30 e 50. Nos meados dos anos 40 aumentou em muito a procura por estes livretos, escritos em versos, sextilhas, septilhas ou décimas impressos em xilogravura. O conteúdo normalmente abrange o relato do dia-a-dia do sertanejo e a vida política do país. Os autores deste gênero de literatura são chamados cordelistas.

Três aspectos da literatura de cordel ressaltam a capacidade do Homem em buscar alternativas para expressar e divulgar a sua criatividade. Além de serem escritos em poesia narrativa, os livretos são impressos artesanalmente em xilogravura no qual a reprodução de imagens e textos se faz por meio de pranchas de madeira gravadas em relevo, tornando possível a impressão de forma simples e barata. E outro aspecto importante é o fato dos livretos serem divulgados e vendidos pendurados em varal de cordas o que deu origem ao nome Literatura de Cordel.

A origem desta forma de expressão tão peculiar é antiga e remete à Europa nos idos do século XV, mas precisamente Holanda e Alemanha. Apesar de serem escritos em prosa, alguns dos folhetos já apareciam em versos impressos em xilogravuras exatamente como ainda hoje, no nordeste brasileiro. Na Espanha, o mesmo tipo de literatura popular era chamado de “Pliegos Suletos” tendo mais tarde chegado a América Latina com o nome de “Hojas” e “Corridos”. Na França eram conhecidos como “Literature de Colportage” e eram mais difundidas no meio rural. Na Inglaterra folhetos relatavam acontecimentos históricos e tinham o nome de “Cocks” ou “Catchpennies”. Em Portugal, a partir do século VXII, circulavam em feiras as denominadas “Folhas soltas” ou “Volantes”.

Acredita-se que a Literatura de Cordel chegou ao Brasil no fim do século XIX trazida pelo colonizador luso. Os próprios autores confeccionavam os textos em formato 11x15 em papel jornal de baixa qualidade. Os livretos eram pendurados em barbantes e cantados em feiras e praças públicas, geralmente acompanhados por um músico.

Ainda hoje a literatura de Cordel mantém-se viva e bastante difundida no Brasil, apesar da tradição ter permanecido em sua maioria na região Nordeste. Vários escritores conceituados foram influenciados pela Literatura de Cordel entre eles, Ariano Suassuna, João Cabral de Melo Neto, José Lins do Rego e Guimarães Rosa.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Cordel: patrimônio cultural brasileiro

AS HISTÓRIAS DO POVO DO SERTÃO

Literatura de cordel é a criação popular em verso, impressa artesanalmente em papel jornal e ilustrada a partir de xilogravuras, um método de escavação em uma prancha de madeira onde é passada a tinta e sobre a qual se coloca o papel a ser impresso. Chama-se “cordel” porque os folhetos são pendurados em cordões nas feiras livres do norte e nordeste do país. Texto e imagem mostram, de moto pitoresco, cômico ou trágico, casos verdadeiros ou fantásticos, moralidades que registram o pensamento do povo e que são também declamados pelos vendedores.
Os temas mais freqüentes no repertório do cordel são o cotidiano do homem comum, o cangaço, o amor, os castigos do céu, os mistérios, os crimes e a corrupção, as festas populares e os costumes. “Os grandes acontecimentos / desastre, chuva ou virada/ de um trem ou caminhão,/ incêndio numa morada/ ou morte de um personagem/ davam uma história traçada”.
J. Borges é um típico artista popular, sendo um dos maiores responsáveis pela difusão da arte de cordel. É reconhecido no país e no exterior como parte do patrimônio cultural brasileiro, por extrais texto e gravura da aspereza da vida e em seu trabalho como cronista das comunidades anônimas do nordeste brasileiro.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Cordel é expressão viva da cultura nordestina

Ao contrário do que se pensava, a tradição do cordel continua viva, e revela talentos raros preservados no interior

A cultura popular é um magnífico tesouro que brota da alma da nação nordestina. Abrange um elenco de manifestações que fazem parte do cotidiano do sertanejo que guarda no peito um verdadeiro relicário de valores expressivos, que vão se perpetuando pelas gerações, e alimentando a memória viva da nação. Uma das maiores expressões dessa cultura é a literatura de cordel, que enche de poesia os terreiros das casas sertanejas e, também, as feiras livres do interior.

O cordelista é um representante do povo, o repórter dos acontecimentos da vida no Nordeste do Brasil. Não há limite na escolha dos temas para a criação de um folheto. Pode narrar desde os feitos de Lampião, com até as "presepadas" de heróis como João Grilo ou Cancão de Fogo, uma história de amor ou acontecimentos importantes de interesse público.

A literatura de cordel é assim chamada, segundo pesquisa da Fundação Joaquim Nabuco, pela forma como são vendidos os folhetos, dependurados em barbantes (cordão), nas feiras, mercados, praças e bancas de jornal, principalmente das cidades do interior e nos subúrbios das grandes cidades.

Linguajar
Devido ao linguajar despreocupado, regionalizado e informal utilizado para a composição dos textos, essa modalidade de literatura nem sempre foi respeitada, e já houve até quem declarasse a morte do cordel. Ao contrário do que se previa, o cordel ganhou o mundo.

Os versos do Patativa do Assaré, por exemplo, passaram a ser estudados na Universidade de Sorbonne, na França. Os violeiros de ontem que eram vistos com certo preconceito, ganharam as ruas, as universidades e os teatros.

Ao longo deste tempo, além de mudanças temáticas, o cordel passa também por várias transformações no plano da forma. Nas capas, anteriormente ilustradas com clichês utilizados em jornais e revistas, passa-se a empregar cartões postais, fotografias de artistas de cinema, desenhos e xilogravuras.

Outros elementos tomados de empréstimo da imprensa escrita foram abandonados como, por exemplo, a divisão, seguindo o estilo dos folhetins, de uma mesma história em três diferentes folhetos. As histórias, por sua vez, diminuem de tamanho passando a predominar os folhetos de 8 ou 16 páginas sobre os de 32 ou 64 páginas.

Pesquisa
Acompanhando o processo de globalização e de abertura do modelo cultural, o cordel é estudado e pesquisado, com grande interesse, nos meios acadêmicos, debatido em ciclos literários e até mesmo em conferências mundiais.

De acordo com Ariano Suassuna, um estudioso do assunto, a literatura popular em versos do Nordeste brasileiro pode ser classificada nos seguintes ciclos: o heroico, o maravilhoso, o religioso ou moral, o satírico e o histórico. A região do Cariri, no Brasil, é o celeiro de grandes poetas cordelistas.

Entre os mais famosos podem ser citados os irmãos Bandeira (Pedro, João Chico e Daudeth Bandeiras), que aqui aportaram, trazendo na alma a fé no Padre Cícero e, no sangue, a veia poética do avô Manoel Galdino Bandeira, um dos maiores cantadores da viola do sertão paraibano.

Nas pegadas dos Bandeiras, surgiram outros valores que transformaram em poesias os programas de rádio das emissores caririenses, ou varando as madrugadas em desafios poéticos que ecoam nos pés de serra da região do Cariri.

"Com esta nova geração de poetas, a literatura popular está longe de desaparecer e continua aí para, talvez, ser uma primeira opção na luta pela difusão da leitura no Brasil", aposta o poeta João Bandeira de Caldas.

Jornalismo
O cordel tem uma estreita ligação com o jornalismo. Eram impressos nas mesmas impressoras dos jornais do passado. No início do século passado, quando os jornais não chegavam ao interior, o cordel ocupava o espaço dos jornais e emissoras de rádio. O cordelista era uma espécie de repórter itinerante que andava de feira em feira, levando à população os últimos acontecimentos da semana.

Notícia
Para que se tenha uma ideia dessa função jornalística, basta lembrar que, quando Getúlio Vargas morreu, um dos poetas de cordel mal ouviu a notícia pelo rádio, começou a escrever "A lamentável morte de Getúlio Vargas". Entregou os originais ao meio-dia e à tarde recebeu os primeiros exemplares. Vendeu 70 mil em 48 horas.

Outro assunto que teve grande repercussão foi "O trágico romance de Doca e Ângela Diniz". A "Carta do Satanás a Roberto Carlos" também teve grande sucesso, inspirado na música que dizia "E que tudo mais vá pro inferno!". Os folhetos de cordel tratam, de forma cômica e, de certa forma irônica, diversos temas como, por exemplo, seca, traição, violência, amor, desilusões, entre outros.


Fonte: http://diariodonordeste.globo.com

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Academia Brasileira de Literatura de Cordel

O ano de 1988 foi de eleição à Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Quando um candidato nos procurou, nossos olhos ganharam um brilho especial. "É agora!" - pensamos. Queridos e respeitados em nossa localidade, usamos essa qualidade como argumento ao candidato e lhe expusemos nosso projeto. Este nos emprestou uma sala que servia de comitê eleitoral e, reunidos os elementos suficientes para formar a diretoria, foi fundada a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, no dia 7 de setembro de 1988. Na diretoria, assim constituída, eram somente três os cordelistas: o presidente, Gonçalo Ferreira da Silva, o vice, Apolônio Alves dos Santos e o diretor cultural, Hélio Dutra.Nossas primeiras reuniões foram realizadas na sala de um político, que não cobrou pelo aluguel. Passados, porém, os momentos iniciais de euforia e vencido o prazo de cessão da sala, iniciamos um doloroso período de peregrinação. Como Groo, o errante, nossa instituição não tinha pousada certa.




Da inspiração mais pura,
no mais luminoso dia,
porque cordel é cultura
nasceu nossa Academia
o céu da literatura,
a casa da poesia.Com infinita alegria,
com sentimento fraterno
dedicaremos eterno
amor à Academia,
ela será nosso guia
na alegria e na dor,
pois não há maior doutor
nem mais nobre formatura
que eleve a criatura
como a formada em amor.
Decreto celestial
há milênios redigido
é finalmente cumprido
quando a posição astral
oferece visual
de pura e rara beleza
em que vemos com clareza
unidos nossos destinos
nos estatutos divinos
no livro da natureza.
Autor:
Gonçalo Ferreira da Silva



Apolônio Alves dos Santos
José João dos Santos(Azulão)
Cícero Viera da Silva(Mocó)
Expedito Ferreira da Silva
Elias A. de Carvalho
Gonçalo Ferreira da Silva
Hélio Dutra(Santa Rita)
Manoel D`Almeida Filho
Paulo Nunes Batista
Eunice Cézae Souza
Miriam Machado Bellini
Cícero Quaresma Fernandes
Sebastião Campelo(Sepalo)
Waldomiro Félix Galvão
Rodolfo Coelho
Cavalcanti Filho
José Alves Sobrinho
Gonçalo Gonçalves Bezerra
Minelvino Francisco Silva
Homero do Rêgo Barros
Francisco Sales Arêda
João Lucas Evangelista
Abraão Batista
Pedro Bandeira de Caldas
João de Cristo Rei
João Alves Santos
Salomão Rovedo(Sá de João Pessoa)
Severino Borges da Silva
José Costa Leite
Ivanildo Vila Nova
Luiz Gonzaga de Lima
João Firmino Cabral
Manoel Pereira Sobrinho
Manoel Alves de Souza(Santa Maria)
Eneas Tavares dos Santos
Antônio Teodoro dos Santos
Antônio Alves de Lima
Manoel Messias
Maria do Livramento
"Tocados, naturalmente,
por pensamento divino
o presidente Gonçalo
e o general Peregrino
fizeram São Saruê
e nossa ABLC
unidas num só destino.A solene transferência
do acervo cultural
de São Saruê foi feita
pelo próprio general
em reunião plenária
numa sessão ordinária
foi tornada oficial." 



Gonçalo e o acervo de 13 mil títulosPenosamente, algumas das reuniões foram realizadas em bares, lanchonetes e restaurantes, até que um dia, em visita da diretoria da Academia Internacional de Letras, a figura de Abelardo Nunes se agigantou, abrindo-nos caminho em direção à Federação das Academias de Letras do Brasil, onde passamos a fazer nossas reuniões. Era o ano seguinte àquele em que foi fundada nossa academia. Aí, sim, tivemos como elaborar um calendário acadêmico, criamos um quadro de beneméritos e iniciamos uma sólida ponte de informações culturais, unindo nossa entidade aos principais centros de difusão da literatura de cordel no Brasil e no mundo. Com a comunidade acadêmica nos olhando de soslaio entre perplexa e zombeteira, partimos para a consolidação do nosso quadro acadêmico. Era o ano de 1990.

Umberto Peregrino
Umberto Peregrino, então Diretor da Biblioteca do Exército e fundador da Casa de Cultura São Saruê, grande amante da Literatura de Cordel, conhece Gonçalo Ferreira da Silva, presidente da ABLC, e se tornam grandes amigos. Com esta aproximação, surge em Umberto Peregrino a idéia de fazer a transferência do acervo cultural de São Saruê para a Academia.

                Máquina usada por
                Gonçalo Ferreira da Silva

Hoje o corpo acadêmico da ABLC é composto de 40 cadeiras de membros efetivos, sendo que 25% destas cadeiras podem ser ocupadas por membros não radicados no Rio de Janeiro.


História do Cordel

Na época dos povos conquistadores greco-romanos, fenícios, cartagineses, saxões, etc, a literatura de cordel já existia, tendo chegado à Península Ibérica (Portugal e Espanha) por volta do século XVI. Na Península a literatura de cordel recebeu os nomes de "pliegos sueltos" (Espanha) e "folhas soltas" ou "volantes" (Portugal). Florescente, principalmente, na área que se estende da Bahia ao Maranhão esta maravilhosa manifestação da inteligência brasileira merecerá no futuro, um estudo mais profundo e criterioso de suas peculiaridades particulares.

Máquina usada pelo poeta
Raimundo Santa Helena
O grande mestre de Pombal, Leandro Gomes de Barros, que nos emprestou régua e compasso para a produção da literatura de cordel, foi de extrema sinceridade quando afirmou na peleja de Riachão com o Diabo, escrita e editada em 1899:

"Esta peleja que fiz
não foi por mim inventada,
um velho daquela época
a tem ainda gravada
minhas aqui são as rimas
exceto elas, mais nada."

Oriunda de Portugal, a literatura de cordel chegou no balaio e no coração dos nossos colonizadores, instalando-se na Bahia e mais precisamente em Salvador. Dali se irradiou para os demais estados do Nordeste. A pergunta que mais inquieta e intriga os nossos pesquisadores é "Por que exatamente no nordeste?". A resposta não está distante do raciocínio livre nem dos domínios da razão. Como é sabido, a primeira capital da nação foi Salvador, ponto de convergência natural de todas as culturas, permanecendo assim até 1763, quando foi transferida para o Rio de Janeiro.
Prelo de 1880
Na indagação dos pesquisadores no entanto há lógica, porque os poetas de bancada ou de gabinete, como ficaram conhecidos os autores da literatura de cordel, demoraram a emergir do seio bom da terra natal. Mais tarde, por volta de 1750 é que apareceram os primeiros vates da literatura de cordel oral. Engatinhando e sem nome, depois de relativo longo período, a literatura de cordel recebeu o batismo de poesia popular.
Foram esses bardos do improviso os precursores da literatura de cordel escrita. Os registros são muito vagos, sem consistência confiável, de repentistas ou violeiros antes de Manoel Riachão ou Mergulhão, mas Leandro Gomes de Barros, nascido no dia 19 de novembro de 1865, teria escrito a peleja de Manoel Riachão com o Diabo, em fins do século passado.
Sua afirmação, na última estrofe desta peleja (ver em detalhe) é um rico documento, pois evidencia a não contemporaneidade do Riachão com o rei dos autores da literatura de cordel. Ele nos dá um amplo sentido de longa distância ao afirmar: "Um velho daquela época a tem ainda gravada".



Fonte:http://www.ablc.com.br

Cordel: do sertão nordestino à contemporaneidade da Internet

Roberley Antônio
Gustavo Dourado lança cordel no Carpe Diem em Brasília
por Gustavo Dourado*

Os Doze Pares de França, O Pavão Misterioso, Juvenal e o Dragão, Donzela Teodora, Imperatriz Porcina, Princesa Magalona, Roberto do Diabo, Côco Verde e Melancia, João de Calais, O Cachorro dos Mortos, A Chegada de Lampião no Inferno, Viagem a São Saruê…São livros do povo(alicerçado no pensamento do mestre Luís da Câmara Cascudo e deste poeta cordelista).Fontes da Poesia Popular do Nordeste do Brasil.Quintessências da Literatura de Cordel.

Origens do cordel

Cordel. Vem de corda, cordão, cordial, toca o coração. Os folhetos eram expostos em cordões, lençois, esteiras, nas feiras, praças, portas das igrejas, bancas e nos mercados. Literatura de cordel, poesia de cordel, romance, folheto(s), arrecifes, abcs, “folhas volantes” ou “folhas soltas”, ”littèratue de colportage”, ”cocks” ou “catchpennies”, “broadsiddes”, “hojas” e “corridos”… São nomes que a poesia popular recebeu ao longo do tempo, na Europa e nos países latino-americanos.

No Brasil, o termo cordel se consagrou como sinônimo de poesia popular. O cordel apresenta-se em narrativas tradicionais e fatos circunstanciais, em folhetos de época ou “acontecidos”. 

As origens da literatura de cordel estão na Europa Medieval.Tem suas bases na França (Provença), do século XI e posteriormente na Espanha, Portugal, Itália, Alemanha, Holanda e Inglaterra. Chegou ao Brasil Colônia com os portugueses, depois incorporou a poética nativa do índio, a criatividade e o ritmo da poesia do negro e dos vaqueiros e tropeiros (o aboio). Tornou-se um ritmo sertanejo-tropical, integrando-se a outros ritmos como o baião, o xote, o xaxado e o forró. Ganhou uma característica especial com o advento da xilogravura, na ilustração das capas de milhares de folhetos.

Polêmica e complexidade dos ciclos temáticos.

Os principais temas e ciclos do cordel(minha classificação) abordam vários assuntos: abcs; religiosidade; costumes; romances; história; heroísmo (façanhas); cavalaria (vaqueiros, bois, cavaleiros, tropeiros); valores, moral e ética; atualidades; circunstâncias; fatos e acontecidos; sociais e noticiosos, louvações; fantasias (fantástico, maravilhoso); profecias, apocalipse e fim do mundo; biografias e personalidades; poder, estado e governo; política e corrupção; exemplos; intempéries e fenômenos da natureza (secas, inundações, maremotos, terremotos etc); crimes; coronelismo; cangaço, valentia, banditismo e jagunçagem (Lampião, Maria Bonita, Antônio Silvino, Corisco e Dadá, Sinhô Pereira, Jesuíno Brilhante, Quelé do Pajeú, Lucas de Feira); Padre Cícero (O Santo do Juazeiro); Frei Damião; Getúlio Vargas(Estado Novo, conquistas trabalhistas); Antônio Conselheiro (Canudos); Coluna Prestes e Revoltosos; Juscelino Kubitschek (construção de Brasília); Lula; televisão e cinema; ciência e tecnologia; Internet; crítica e sátira; humor, obscenidade,putaria e sacanagem (pornocordel); terrorismo (atentados) e guerras; modernidade e contemporaneidade; desafios, cantorias e pelejas, entre outros menos conhecidos e ainda não catalogados etc.

Classificação dos ciclos temáticos do cordel, por Ariano Suassuna:

1) “Ciclo heróico, trágico e épico;
2) Ciclo do fantástico e do maravilhoso;
3) Ciclo religioso e de moralidades;
4) Ciclo cômico, satírico e picaresco;
5) Ciclo histórico e circunstancial;
6) Ciclo de amor e de fidelidade;
7) Ciclo erótico e obsceno;
8) Ciclo político e social;
9) Ciclo de pelejas e desafios.”

Mitologia e Trovadorismo

A Literatura de Cordel, mais que centenária no Brasil (ultrapassou cem mil títulos publicados, segundo Joseph Luyten), tem suas origens ocidentais e pré-medievais,no universo poético de Provença, França, com os trovadores albigens (com destaque para Arnaud Daniel, Bertran de Born, Guiraut de Bornelh e Rimbaud Daurenga).

Entre os trovadores portugueses, precursores da Literatura de Cordel e do Repente, vêm-me à memória Martim Soares e Paio Soares de Taiverós, além dos célebres reis-trovadores Dom Diniz e Dom Duarte.As influências sobre o cordel e a poesia popular contemporânea são multidiversas: desde a poesia mesopotâmica árabe-fenício-semítica, mediterrânea, hindu e persa, à poética egípcio - caldaica – hebréia – greco - latina e afro - indígena

Não se pode esquecer a influência bíblica (Salmos de Davi, Provérbios de Salomão, Cântico dos Cânticos, Apocalipse), do Lunário Perpétuo, enciclopédias, dicionários, almanaques, dos grandes livros religiosos e belos cânticos de todos os tempos, presentes nas diversas civilizações ao longo do processo histórico.

Os chineses e indianos devem ter tido significativa influência nas origens e desenvolvimento da poesia popular, por sua antigüidade e por tantos escritos primordiais como os Vedas, Gita, Upanishads, Mahabarata, Ramayana, I Ching, o Zen e o Tão – Te - King, via Confúcio, Lao-Tse, Buda, Krishna, Rama e outros sábios do velho e mágico Oriente, tão incompreendido pela cultura ocidental.

Percurso ibérico

A Poesia de Cordel demonstra a sua força e pujança na expressão ibero-lusitana - afro - brasilíndia e galego - castelã… Sem esquecer da verve provençal e italiana (latina). Os romanos com suas epopéias fecundaram a semente da poesia ocidental, herdada dos gregos, etruscos, celtas, gauleses, bretões, normandos, nórdicos e dos povos bárbaros da antiga Europa, Ásia e África.

Foi nesse espaço mitológico que surgiu a poética mágica de Dante e a verve inventiva do mestre Leonardo da Vinci e dos grandes artistas italianos. Entretanto, foi na Espanha de Quevedo e Cervantes(Quixote) e em Portugal de Pessoa, Camões e Gil Vicente, que o cordel ganhou feição popular e postura lítero-poética.

É na poesia cavalheiresca e trovadoresca que o cordel se inspira e alimenta-se de forma histórica, principalmente a partir dos Doze Pares da França(que retrata os tempos do Imperador Carlos Magno), das gestas e epopéias, dos bardos, apodos, Templários, da Távola Redonda do Rei Arthur, de El Cid, O Campeador, dos cavaleiros e cruzadas e da obra monumental de Camões e Cervantes, ambos influenciados por Dante Alighieri e por toda a tradição popular da oralidade greco-latina-ibero-lusitana.

Presença no Brasil

Os trovadores foram os principais precursores e alicerces para a futura Literatura de Cordel nos países de língua portuguesa, principalmente no Nordeste do Brasil, a partir de Salvador-Bahia, dos portos marítimos e do Rio São Francisco, até chegar em Campina Grande, Caruaru e Juazeiro do Norte, onde criou raízes e imortalizou-se na verve dos poetas cordelistas e cantadores repentistas.

Não se pode esquecer o papel do boi(ciclo do gado), dos bandeirantes, dos jesuítas José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, do negro (batuque, orixás, terreiros, candomblé), dos índios, caboclos, mamelucos, cafusos, mulatos, garimpeiros, aventureiros, lavradores, vaqueiros e tropeiros: disseminadores de costumes, falas e dialetos pelo vasto Sertão, da poesia regional e universal. Os poetas cantam a sua aldeia e desencantam os universos.

A Literatura de Cordel foi enriquecida pela criatividade e maestria de Gil Vicente, Camões, Rabelais, Gregório de Matos, Bocaje, Castro Alves, Gonçalves Dias, Cervantes, José de Alencar, Tobias Barreto, Catulo da Paixão Cearense, Juvenal Galeno, Ascenso Ferreira, além da contribuição incomensurável dos trovadores provençais e do romanceiro medieval.

Pesquisa, influências e confluências

O cordel ganhou o mundo por meio do estudo, pesquisa e divulgação de mestres, leitores, amantes e pesquisadores da cultura popular, nomes como: Luís da Câmara Cascudo, Leonardo Mota, Manuel Diégues Jr, Ariano Suassuna, Rodrigues de Carvalho, Gustavo Barroso, Átila de Almeida, José Alves Sobrinho, Manoel Florentino Duarte, Rogaciano Leite, Jorge Amado, Glauber Rocha(pai do Cinema Novo), João Cabral de Melo Neto (Morte e Vida Severina), Rachel de Queiroz (O Quinze), José Américo de Almeida (A Bagaceira), José Lins do Rego (Fogo Morto), Graciliano Ramos (Vidas Secas), Mário de Andrade (Macunaíma), Sebastião Nunes Batista, Veríssimo de Melo, Sílvio Romero, Tobias Barreto, Vicente Salles, Alceu Maynard, Cavalcanti Proença, Roberto Benjamin, Carlos Alberto Azevedo, Hernâni Donato, Liêdo Maranhão de Souza, Téo Azevedo, Orígenes Lessa, Mário Lago, Américo Pellegrini Filho, Jerusa Pires Ferreira, Sebastião Vila Nova, Ruth Brito Lemos, Gilmar de Carvalho,Raymond Cantel, Joseph Luyten, Mark Curran, Paul Zumthor, Candace Slater, Ria Lemaire, Silvie Raynal, Silvie Debs, Martine Kunz, Ronald Daus,Silvano Peloso, Zé Ramalho, Soares Feitosa (Jornal de Poesia), Ribamar Lopes, José Erivan Bezerra de Oliveira, Fausto Neto,Teófilo Braga, J. de Figueiredo Filho, Eduardo Diatahy de Menzes, Francisca Neuma Fechine Borges, Antônio Augusto Arantes, Ruth Brito, Maria de Fátima Coutinho, Rodrigo Apolinário (CordelCampina), Maria Edileuza Borges, Alda Maria Siqueira Campos, Alícia Mitika Koshiyama, Maristela Barbosa de Mendonça, Mª José F. Londres, Patrícia Araújo, Doralice Alves de Queiroz, Esmeralda Batista, Viviane de Melo Resende, Márcia Abreu, Assis Ângelo, A.M Galvão, V.M Resende,Shirlley Guerra, Maria Julita Nunes e tantos outros destaques do mundo culturaliterário.

Renomados criadores das artes e da literatura brasileira foram influenciados pelo cordel. Saliento os principais que me recordo: Ariano Suassuna, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Jorge Amado, Graciliano Ramos, José Américo de Almeida, Rachel de Queiroz, Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto, Manuel Bandeira, Dias Gomes, João Ubaldo Ribeiro, Orígenes Lessa, Cora Coralina, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Freire, José Nêumane Pinto e tantos outros criadores significativos.

Na música, além de Villa-Lobos, a presença do cordel é marcante em Luiz Gonzaga, Elomar, Zé Ramalho, Raul Seixas, Antônio Nóbrega, Quinteto Violado, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Ednardo, Xangai, Fagner, Elba Ramalho, Belchior, Caçulinha, Mário Zan, Zeca Baleiro, Lenine, Chico Science, Chico César, Amelhinha, Juraíldes da Luz, Chico Buarque, Geraldo Vandré, João do Vale, Jackson do Pandeiro, Jorge Mautner, Tom Zé, Dominguinhos, Oswaldinho, Clodo, Climério e Clésio (Os Irmãos Ferreira do São Piauí e de Brasília), Sivuca, Zé Gonzaga, Marinês, Hemeto Paschoal, Pixinguinha, Cartola, Noel Rosa, Ary Barroso, Vital Farias, Genival Lacerda, Diana Pequeno, Roberto Correia, NandoCordel, Cordel do Fogo Encantado, Castanha e Caju, Cegas de Campina Grande, Jorge Antunes, Anand Rao, Argemiro Neto, Genésio Tocantins, Paulinho Pedra Azul, Beirão, Waldonys, Robertinho do Acordeon,Zé Calixto, Arlindo dos Oito Baixos, Gérson Filho, Pedro Sertanejo, Furinchu, Chiquinho do Acordeon, Torquato Neto, Capinan, Pessoal do Ceará, Gilberto Gil, Jorge Mautner, Maria Betânia, Vinícius de Moraes, Milton Nascimento, João Gilberto e Caetano Veloso. Só para lembrar alguns nomes expressivos. A lista é quilométrica.

Mitos e precursores

Convém ressaltar figuras de destaque, mistura de cordelistas e cantadores como o lendário “Zé Limeira”, fabuloso e fantástico Poeta do Absurdo, de Orlando Tejo e o inesquecível mestre Patativa do Assaré, da Triste Partida e tantas chegadas… Há ainda os semeadores Ugolino de Sabugi(primeiro cantador que se conhece), Nicandro Nunes da Costa, Silvino Pirauá, Germano da Lagoa, Romano da Mãe D´Água, Cego Aderaldo, Cego Oliveira, Zé da Luz, Fabião das Queimadas, Zé de Duquinha, Caraíba de Irecê, Otacílio e Lourival Batista, Ivanido Vilanova, Pinto do Monteiro, Pedro Bandeira, Raimundo Santa Helena, Oliveira de Panelas, Azulão, Rodolfo Coelho Cavalcante,Franklin Machado Nordestino e Cuíca de Santo Amaro. São símbolos que me vem de repente à memória.

Não posso esquecer de figuras mí(s)ticas do universo sertânico do cordel: Lampião, Maria Bonita, Corisco, Antônio Silvino, Jesuíno Brilhante, Quelé do Pajeú, Lucas de Feira, Sinhô Pereira, Antônio das Mortes, os dragões da maldade, os santos guerreiros, beatos, jagunços, coronéis, cabras da peste, personagens glauberianos e cinematográficos…

Presença no Brasil: do sertão às grandes cidades

No Brasil, o cordel ganhou estatura poética na Região Nordeste do Brasil, pelas bandas do Polígono das Secas, Vale do São Francisco, Sertão do Cariri, dos Inhamuns, do Pajeú, Serra de Santana, Serra da Laranjeira, a mítica Serra do Teixeira(Olimpo da Poesia), Campina Grande(Capital do Cordel), João Pessoa,Vales do Jaguaribe, Parnaíba, Gurguéia; Chapada Diamantina, Chapada do Apodi,Serra da Borborema, Chapada do Corisco, Caruaru, Juazeiro do Norte, Crato, Crateús, Limoeiro, Recife/Olinda, Fortaleza, Salvador, Ibititá, Recife dos Cardosos, Lapão, Rochedo, Ibipeba, Canarana, Taguatinga, Águas Claras, Serra Talhada, Quixadá, Qixeramobim, Cabrobó, São José do Egito, Patos, Piancó, Umbuzeiro, Penedo, Aracaju, Oeiras, Picos, Imperatriz, Pedreiras, Catolé do Rocha, Monteiro, Sumé, Serra Branca, Bezerros, Surubim, Mossoró, Caicó, Aracati,Paulo Afonso, Feira de Santana, Juazeiro, Petrolina, Teixeira,Irecê/Jacobina, Barra, Morro do Chapéu, Bom Jesus da Lapa, Senhor do Bonfim,Uauá, Chorrochó, Maceió, Natal, São Luís, Cachoeira dos Índios, Terezina, Parnaíba, Belém, Ilhéus, Itabuna, Canindé, Arapiraca, Palmeira dos Índios, Ingazeira, Quebrângulo, Santarém, Ipirá, Irará, Canudos, Monte Santo, Sertânia, Jequié, Vitória da Conquista, Ibititá, Canarana, Lapão, Recife dos Cardosos, Pirapora, Anápolis, Montes Claros, Rio, São Paulo,Campinas,Diadema,Brasília /Ceilândia/Taguatinga/Gama e pela vastidão das metrópoles, dos campos, fazendas, roças, lugarejos, povoados, arraiais, arrabaldes, vilas, vielas, pés de serra e cidadelas da caatinga e do agreste.
Francisco Chagas Batista publicou um folheto, no ano de 1902, em Campina Grande, que está catalogado na Casa de Rui Barbosa - no Rio de Janeiro. É registrado como o primeiro folheto de cordel brasileiro publicado. Muito outros anteriores, se perderam na poeira do tempo.

Caminhos e andanças

Por muitos desses caminhos andaram e foram lidos poemas dos vates - poetas fenomenais: O condoreiro Antônio Frederico de Castro Alves (uma espécie de precursor do cordel erudito e do improviso), Silvino Pirauá de Lima( o introdutor do folheto de cordel no Brasil, segundo Luís da Câmara Cascudo), Agostinho Nunes da Costa(um dos pais da poesia popular no Nordeste), Leandro Gomes de Barros(um dos principais cordelistas de todos os tempos, pioneiro-mor, publicou centenas de folhetos), Ugolino de Sabugi(primeiro cantador), Francisco Chagas Batista, Nicandro Nunes da Costa), Germano da Lagoa, Romano de Mãe D´Água, Manoel Caetano, Manoel Cabeleira, Diniz Vitorino, João Benedito, José Duda, Antônio da Cruz, Joaquim Sem Fim, Manuel Vieira do Paraíso, Romano Elias da Paz, Manoel Tomás de Assis, José Adão Filho, Lindolfo Mesquita, Arinos de Belém, Antônio Apolinário de Souza, Laurindo Gomes Maciel, Rodolfo Coelho Cavalcante, Francisco Sales Areda, Manoel Camilo dos Santos, Minelvino Francisco da Silva, Caetano Cosme da Silva, Expedito Sebastião da Silva, João Melquíades Ferreira da Silva, José Camelo de Rezende, Joaquim Batista de Sena, Gonçalo Ferreira da Silva, Teodoro Ferraz da Câmara, José Albano, João Ferreira de Lima, José Pacheco, Severino Gonçalves de Oliveira, Galdino Silva, João de Cristo Rei, Zé Mariano, Antônio Batista, José Alves Sobrinho, Manuel Pereira Sobrinho, Antônio Eugênio da Silva, Severino Ferreira, Augusto Laurindo Alves(Cotinguiba), Moisés Matias de Moura, Pacífico Pacato Cordeiro Manso, José Bernardo da Silva, Cuíca de Santo Amaro, João Martins de Athaide, Apolônio Alves dos Santos, José Costa Leite, Antônio Teodoro dos Santos, José Cavalcante Ferreira(Dila), Francisco Gustavo de Castro Dourado, Manoel Monteiro, Abraão Batista, J.Borges, Zé da Luz, Arievaldo e Klévisson Viana, Zé Soares, Zé Pacheco, João Lucas Evangelista, Amargedom, Joă;;;;o de Barros, Zé de Duquinha, Carolino Leobas, Elias Carvalho, Zé Maria de Fortaleza, Audifax Rios, Adalto Alcântara Monteiro, Cunha Neto, Francisco Queiroz, Ary Fausto Maia, Toni de Lima, Bráulio Tavares, Téo Azevedo, Stênio Diniz, Josealdo Rodrigues, Antônio Lucena, Geraldo Gonçalves de Alencar, Hélvia Callou, Edmilson Santini, Eugênio Dantas de Medeiros, Jomaci e Jandhuir Dantas, Francisco de Assis, Paulo de Tarso, Francisco Morojó, Pedro Osmar, Geraldo Emídio de Souza, Olegário Fernandes, Zé Antônio, Pedro Américo de Farias, Marcelo Soares, Jair Moraes, João Pedro Neto, Francisca Barrosa, Lourdes Ramalho, Tindinha Laurentino, Maria da Piedade Correia - Maria Diva Guiapuan Vieira, Vânia Diniz, Lilian Maial, Vânia Freitas, Cora Coralina, José Leocádio Bezerra, Antônio Barreto, Antônio Vieira,Bule-Bule,Gutemberg Santana, Jotacê Freitas, Leandro Tranquilino Pereira, Luar do Conselheiro, Maísa Miranda, Marco Haurélio, Sérgio Baialista e diversos nomes recorrentes no fantástico cosmos cordelista. Poetas significativos do passado e da atualidade, entre tantos baluartes da Poesia Popular e do Romanceiro do Cordel.

Cordel na Internet.

Amargedom, Almir Alves Filho, Anízio Guimarães, Benedito Generoso da Costa, Daniel Fiuza, Domingos Medeiros, Francisco Egídio Aires Campos(Mestre Egídio), Gonçalo Ferreira da Silva, Guaipuan Vieira, F.G C.Dourado, Jessier Quirino, Jandhuir Dantas, José de Souza Dantas, Lenísio Bragante de Araújo, Rubênio Marcelo, Varneci Nascimento, Marco Hurélio, Bráulio Tavares, Anastácia
Antônio Barreto, Antônio Vieira, Bule Bule, Luar do Conselheiro
Maisa Miranda, Marco Haurélio, Elber Mota, Franklin Maxado, Gustavo Dourado,Gutemberg Santana,Jotacê Freitas, Cárlisson Galdino, 
Miguel Nascimento., Francisco Gustavo de Castro Dourado, 
Lucarocas, Fernando Paixão, Compadre Lemos, Ismael Gaião, Mauro Machado,
Mestre José Pacheco,Valdir Oliveira, Maria Godelivie,José Augusto...(Todos os últimos citados são publicados constantemente na Internet). Divulgam seus trabalhos nas páginas da Web com relativa freqüencia e constantes atualizações.
O cordel tem presença constante no mundo virtual.Além de centenas de cordelistas que divulgam os seus trabalhos na Internet, temos até a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, com sede no Rio de Janeiro e composta por seleto quadro de acadêmicos de boa qualidade.
Há pouco surgiu um dos melhores sites sobre o Cordel na Internet: OCordel Campina, coordenado por Rodrigo Apolinário, em Campina Grande, Meca sertaneja da poesia popular e berço de célebres poetas e cantadores repentistas.

Resistência/Reexistência

O cordel resiste, reexiste, subsiste ,sobrevive, apesar das idiossincrasias, intempéries, dificuldades e antropofagias da Indústria cultural midiática, globalizante e da invasão cultural norte-americana…
São imprescindíveis a divulgação na mídia e na web, distribuição eficiente,abertura de espaços e fóruns de discussão e de publicação de textos de cordel, de autores tradicionais e contemporâneos, para dinamização do movimento da Poesia Popular Universal…
A Internet é um espaço primordial e dinamizador de nossa literatura popular.

Cordel no Planalto Central do Brasil.